domingo, 6 de julho de 2008

CAIO RITER lança MEU PAI NÃO MORA MAIS AQUI


Dia 12 de julho, a partir das 17h, o escritor porto-alegrense Caio Riter e a Editora Biruta promovem o lançamento e sessão de autógrafos do seu mais novo livro, MEU PAI NÃO MORA MAIS AQUI. É na Letras&Cia, Livraria-Café, Av Osvaldo Aranha, 444, em POA. Neste livro, Letícia e Tadeu contam os seus amores escondidos, os afetos e desafetos pelo mundo adulto, as curtições e as carências, a separação entre pessoas queridas e a amizade, até mesmo o próprio sentido da morte e da solidão. Caio Riter é escritor, autor de textos para crianças, adolescentes e adultos. Entre seus livros, destacam-se "O fusquinha cor-de-rosa", "O rapaz que não era de Liverpool", "A dobra do mundo" e "Eduarda na barriga do dragão". Vencedor de vários prêmios literários, tais como Orígenes Lessa-FNLIJ, Açorianos, Livro do Ano-AGES, 1º Barco a Vapor, Altamente Recomendável, além de ter sido selecionado para o Catálogo de Bolonha-2007 e White Ravens-Munique-2007.

SILVESTRIN ESPECIAL

O poeta Ricardo Silvestrin nos brinda com dois dedos de poesia, em que escreve sobre o poeta Jose Ronaldo Viega Alves, no Portal Artistas Gaúchos (http://www.artistasgauchos.com.br/).

Editores do VEREDAS no Sarau de Minicontos de julho

Ana Mello e Marcelo Spalding, editores do Veredas, recebem os participantes da revista para sarau de minicontos. Traga seus mínis e venha se divertir conosco. Dia 04 de julho, das 19:30 às 20:30. No Instituto Fernando Pessoa Rua Mariante, 356.

OFICINA DE INVERNO: PRODUÇÃO E LEITURA CRIATIVAS DE POESIA

Com Ronald Augusto, A partir de 11 de julho de 2008 (10 encontros), às sextas-feiras, das 19h às 20h30, na Palavraria – Livraria-Café. Informações & Inscrições: Com Ronald Augusto, pelos telefones 3336 2969 e 9948 0569 - ronaldaugustoc@yahoo.com.br, www.poesia-pau.blogspot.com. O interessado encontrará nesta oficina um espaço para a interlocução com outros escritores e poetas também em busca de respostas para as suas inquietações poético-construtivas. Conceitos relativos à função poética da linguagem serão aplicados por meio de exercícios criativos e de concomitantes debates em grupo, onde os poemas e textos ocuparão o centro da atenção e da fruição dos participantes.Um bom poema se mostra, num primeiro contato, como que escrito em língua estranha, mas ao mesmo tempo remotamente familiar. Na comunicação poética, a imagem da leitura como uma espécie de tradução, se impõe de modo decisivo. A comunicação poética pressupõe certa dose de intraduzibilidade, impasse que se resolve no momento em que o leitor-poeta assume a responsabilidade pela co-autoria do texto que tem diante de si. O poema nos solicita um gesto de interpretação livre. O leitor produz, a partir do seu desejo de linguagem, uma leitura-versão que mais se presta a uma di-versão do que a qualquer outra coisa. Limite máximo de vagas: 15. Preço: R$ 350,00 na inscrição ou duas parcelas de R$ 190,00. Ronald Augusto nasceu em Rio Grande (RS) a 04 de agosto de 1961. Poeta, músico, letrista, editor e crítico de poesia. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Puya (1987), Kânhamo (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004) e No assoalho duro (2007). É co-editor, ao lado de Ronaldo Machado, da Editora Éblis www.editoraeblis.blogspot.com. Traduções de seus poemas apareceram em Callaloo African Brazilian Literature: a special issue, vol. 18, n0 4, Baltimore: The Johns Hopkins University Press (1995), Dichtungsring - Zeitschrift für Literatur, Bonn (de 1992 a 2006, colaborações em diversos números, poesia verbal e não-verbal) www.dichtungsring-ev.de. Artigos e/ou ensaios sobre poesia publicados em revistas do Brasil e sites de literatura. Palavraria - Livraria-Café - Rua Vasco da Gama, 165 - Bom Fim, 90420-111 - Porto Alegre. Telefone: 051 32684260

Curso de Revisão Editorial com Paulo Flávio Ledur no StudioClio

Inicia no sábado, dia 5 de julho, o curso de Revisão Editorial ministrado pelo prof. Me. Paulo Flávio Ledur no StudioClio. Destinado a revisores e tradutores de livros, revistas e jornais, veteranos ou novatos, o curso aborda estratégias e conteúdos que ajudem o profissional a obter um melhor desempenho nos desafios de livrar os textos de erros e enriquecê-los tanto na forma quanto no significado. Trabalhando na área há 30 anos, Ledur parte da definição das responsabilidades, das qualidades, das prioridades e dos limites da ação do revisor para trabalhar os conteúdos que serão vistos nos seis encontros que compõem esta atividade continuada. As aulas acontecem sempre aos sábados, das 9h30min às 12h, nos dias 5, 12 e 19 de julho e 2, 9 e 16 de agosto. O valor total do curso é de R$ 450,00 e de R$400,00 para professores e estudantes, podendo em ambos os casos ser parcelado em até cinco vezes no cheque ou três vezes no cartão de crédito. Inscrições e reserva de vaga pelo (51) 3254-7200 ou no www.studioclio.com.br. O StudioClio – Instituto de Arte & Humanismo fica na José do Patrocínio, 698, Cidade Baixa, Porto Alegre. Mestre em Lingüística Aplicada, Paulo Flávio Ledur é professor de Língua Portuguesa na Escola de Gestão Pública da FAMURS e nas Escolas Superiores da Magistratura e do Ministério Público. Há 30 anos atua como revisor, tendo escrito diversos livros sobre o assunto. Informações pelo (51) 3254-7200, ou pelo site www.studioclio.com.br. O StudioClio – Instituto de Arte e Humanismo fica na rua José do Patrocínio, 698, na Cidade Baixa, em Porto Alegre.

Almoços culturais e literários no StudioClio

Na próxima semana, nos dias 8, 10 e 11 de julho, o StudioClio promove almoços culturais que exploram a vida e obra de dois grandes autores brasileiros, Manuel Bandeira e Machado de Assis. Na terça-feira, dia 8 de julho, a professora e doutora em Letras pela UFRGS Mara Jardim guia os participantes do Almoço cultural – Manuel Bandeira por um passeio pela lírica bandeiriana a partir dos principais temas que permeiam seu fazer poético: a infância, o amor e a morte. Ao lado de Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira ocupa posição importante na poesia modernista brasileira. Sua obra é marcada pela busca da simplicidade, da beleza e da paixão, que fazem, de cada poema seu, uma obra de arte. Já nos dias 10 e 11 de julho, quinta e sexta-feira, o prof. Dr. Luís Augusto Fischer, que acaba de lançar Machado e Borges - e outros ensaios sobre Machado de Assis, ministra o Almoço cultural – Machado de Assis, em que apresenta a vida do jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo brasileiro. Através de imagens, leituras e ilustrações sonoras com poemas machadianos musicados pelo compositor Alberto Nepomuceno, Fischer comenta o principal da obra de Machado de Assis, em particular, seus romances e contos. O Almoço cultural – Machado de Assis integra a programação do Festival Machado de Assis, uma programação transdisciplinar do StudioClio que festeja o centenário de morte de Machado de Assis, explorando de diferentes formas o universo estético de sua obra. Com curadoria do prof. Dr. Luís Augusto Fischer, o festival será realizado durante todo o segundo semestre deste ano, principalmente, nos meses de outubro e novembro. O restante da programação será divulgado em breve. Os almoços culturais são realizados sempre das 12h20min às 13h40min, com gastronomia da chef Juliana Corrêa. O valor do almoço cultural é R$ 35,00. Para quem deseja somente assistir à palestra, o valor é de R$ 20,00. Reservas e informações pelo (51) 3254-7200, ou pelo site www.studioclio.com.br. O StudioClio – Instituto de Arte e Humanismo fica na rua José do Patrocínio, 698, na Cidade Baixa, em Porto Alegre.

Sábados Poéticos seguem na BAMBOLETRAS

Para quem gosta de poesia, e ainda mais de aproveitar bons descontos para a compra de livros, a Livraria Bamboletras está realizando sábados poéticos, com vinte por cento de desconto nos livros de poesia, todo sábado. A Bamboletras fica na Rua Lima e Silva 776, Shopping Nova Olaria, Bairro Cidade Baixa, Porto Alegre. Contatos com Lu Vilella - 3221.8764.

Happy Hour Cultural em Porto Alegre

O Shopping Total, a L&PM Editores e a Top Agência Produtora promovem o Hppy Hour Cultural, uma série de encontros com autores, ambientados no encantador cenário da Alameda dos Escritores, no Shopping Total, em Porto Alegre. Sempre nas primeiras quintas-feiras de cada mês, a partir das 19h, com os melhores escritores gaúchos em bate-papo, sessões de autógrafos, coquetel e música ao vivo com Ricardo Zymbabwe. A programação está no site www.happyhourcultural.com.br.

9º CONCURSO DE LITERATURA DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CANOAS

A Fundação Cultural de Canoas (RS) promove o 9º Concurso de Literatura - Conto, Crônica e Poesia, com entrega dos trabalhos até 31 de julho de 2008, SEM TAXA DE INSCRIÇÃO. O primeiro lugar de cada gênero receberá 100 exemplares da coletânea a ser editada, o segundo 50 exemplares, o terceiro 30 exemplares, e as menções honrosas 5 exemplares. Todos os participantes receberão certificado de participação. O regulamento e a ficha de inscrição estão no site www.fundacan.com.br ou pelo fone/fax (51) 3059.6938. Os trabalhos premiados estarão integrados à coletânea SEM NENHUM ÔNUS.

Rafael Lovato lança A Lenda de Jael

Uma história envolvente, bastante intimista, que trata dos questionamentos antológicos do ser humano. Assim podemos resumir o segundo livro do advogado Rafael Lovato, A Lenda de Jael. Editado pela AGE, a obra terá lançamento e sessão de autógrafos na quinta-feira, dia 3 de julho, a partir das 19h, na Saraiva do Shopping Praia de Belas. Apesar de ter uma roupagem mística, A Lenda de Jael trata de filosofia, teologia e ontologia em meio a uma narrativa de suspense. Segundo o autor, a história contada é uma grande metáfora do homem moderno. “O meu objetivo é gerar questionamento nos leitores e dúvidas, incertezas e a busca de respostas e explicações para os mistérios do mundo”, completa. Rafael Lovato Nasceu em Venâncio Aires (RS) em 1975. É formado em Direito e pós-graduado em Processo. Atualmente exerce o cargo de Procurador Federal do Banco Central do Brasil, em Porto Alegre. Em 2004 lançou seu livro de estréia, intitulado Anverso e Reverso de um Crime. O lançamento ocorreu nesta quinta, dia 3 de julho, às 19h. na Saraiva Megastore do Shopping Praia de Belas. O livro está sendo comercializado no site da editora e nas melhores livrarias da cidade.

Cursos de Inverno da CÔMICA CULTURAL

A escola de teatro Cômica Cultural com sede no Bom Fim tem em sua programação cursos regulares de teatro, Tv, musical e formação de atores. No intervalo das férias escolares de inverno, e escola oferece dois cursos intensivos de teatro e Tv. No curso de teatro o foco é a criatividade e carisma. No curso de tv o foco é o exercício com a câmera. A Cômica Cultural além de escola de teatro é, também, produtora dos espetáculos: Bailei na Curva, Se Meu Ponto G Falasse, O Rei da Escória, Manual Prático da Mulher Moderna e Hotel Rosa-Flor. Patsy Cecato é atriz, diretora, produtora e autora teatral. Nos anos 80 foi integrante da Cia Tragicômica Balaio de Gatos de onde destaca: Tem um albino do meu lado, Abutres da Rebentação, No Vale dos Pimentões, A Bela e a Fera e Perucas em Desfile. Nos anos 90 optou pelo trabalho solo e dirigiu com sucesso Escondida na Calcinha e estreou o clássico Se Meu Ponto G Falasse. Já no século XXI inaugurou a Cômica Cultural, dirigiu o sucesso Manual Prático da Mulher Moderna e escreveu, atuou e produziu Hotel Rosa-Flor. Foi melhor atriz no Festival de Cinema de Brasília por Isaura, curta-metragem de Alex Sernambi. No cinema, destaca também os filmes Chatô (Guilherme Fontes), Lua de Outubro (Henrique de Freitas Lima) e Rummikub (Jorge Furtado). Atuou em Curtas Gaúchos, Contos de Inverno, Histórias Curtas e das séries 7 Pecados e 5xÉrico no episódio Caminhos Cruzados da RBSTV. Na TV Globo participou de Linha Direta, Mad Maria, Da Cor do Pecado e de Por toda a minha vida - Elis Regina. Curso de Teatro, de 21 a 25 de julho. Curso de interpretação para publicidade, cinema e tv, de 28 de julho a 01 de agosto. Inscrições abertas - Turmas pequenas. Cômica Cultural, Av. Osvaldo Aranha, 1070/503 - Porto Alegre/RS cep 90.035-191. comica@terra.com.br / 51. 3268.7016. Débora Cecato - 51. 8112.7380, Juliana Brondani - 51. 8112.7385, Patsy Cecato - 51.8112.7390

TEATRO PARA MELHOR IDADE

com Pilly Calvin, 12 de agosto a 28 de outubro de 2008, terças-feiras, das 14h30min às 16h30min. Todo ser humano é potencialmente criador, mas a pressão do meio, os valores morais, os aspectos culturais, e as limitações psicológicas tendem a restringir consideravelmente a criatividade do indivíduo, chegando mesmo ao ponto de destruí-la por completo. A proposta deste curso para a melhor idade é exatamente tirar as carapaças que a vida nos impõem e voltar ao lúdico, a fortalecer a auto-estima e canalizar as emoções já vividas. Redescoberta do corpo, respiração completa, integração coletiva, concentração, os sentidos, dicção, experiência criativa, jogos dramáticos, personagens, teatro fundamental e improvisacional, fechando com um esquete criado e montado pelos alunos. SOBRE A MINISTRANTE: Atriz há 36 anos com um vasto currículo nos palcos do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espanha. Participou de mais de sessenta peças, entre elas: “Love, Love, Love”, de Luis Arthur Nunes (Troféu Açorianos de Melhor Atriz), “Os Saltimbancos”, de Dilmar Messias (Prêmio Tibicuera de Melhor Atriz), ”Beija-me a Boca Amor”, de Roberto Camargo, “A Verdadeira História de Édipo Rei”, de Oscar Simch, “Yerma”, em Zaragoza (Espanha), com Santiago Melendez. No cinema fez “O Mentiroso”, de Werner Shünemann, “Quadrilha”, de Mariângela Grando, “Lua de Outubro”, de Henrique de Freitas Lima, “Overdose o Beijo Ardente”, de Flavia Moraes, entre outros. Na televisão fez “Os Teatreiros”, na RBS TV, “Rabo de Saia”, de Walter Avancini, na REDE GLOBO entre outros. Há 15 anos dedica-se a ensinar a arte de atuar, tendo trabalhado na Escola de Ensino Fundamental e Ensino Médio Educar-se (UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul). Também na UNISC, deu aulas para a terceira idade, experiência esta que exerce até hoje em sua própria escola, o Espaço Camarim. TEPA - Teatro Escola de Porto Alegre - Av. Cristóvão Colombo, 400 - PORTO ALEGRE - RS - 90.560-000 - Fone/fax: (51) 3221.7778 e 8416.9338 - www.tepa.com.br - tepa@tepa.com.br

PROFISSÃO ESCRITOR em discussão

A AEIJLIJ está chamando as Associações que se interessarem em encaminhar à Câmara Federal um documento de oposição à criação da lei juntamente à AEILIJ. Abaixo, o texto de Hermes Bernardi Jr, Coordenador Regional AEILIJ0XX-51 – 99553194. Blog: http://tercaeucontopravoce.blogspot.com
Profissão: escritor
Hermes Bernardi Jr
Escritores registrados e com carteira assinada podem parecer um absurdo, produtos de uma atribulada trama de ficção científica, mas não estão muito longe de surgir às pencas Brasil afora. Está tramitando na Câmara um projeto de lei do deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) que prevê a regulamentação da profissão do escritor. O projeto, registrado com o número 4641/98, foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara e, cerca de um mês atrás, rejeitado na Comissão de Trabalho, sob a alegação de que não existe uma profissão reconhecível de escritor. Agora deve ser encaminhado para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Li o texto de Pannunzio, que é bem curto (é possível fazer o download aqui), e pedi, por e-mail, a três escritores brasileiros importantes que o comentassem: Milton Hatoum (Órfãos do Eldorado, Companhia das Letras), Sérgio Rodrigues (As sementes de Flowerville, Objetiva) e Antonio Fernando Borges (Memorial de Buenos Aires, Companhia das Letras).Sérgio Rodrigues diz que não sabe o que os "escritores de verdade" têm a ganhar com isso. "O que pseudo-escritores ganhariam, por outro lado, é bastante claro: ganhariam um crachá, um carimbo, um passaporte para privilégios, cargos, posições", afirma. A lei de Pannunzio, além dos escritores de literatura propriamente dita, abarca aqueles que publicam regularmente artigos de natureza literária ou científica, além de tradutores de obras literárias ou científicas. E, mais polêmico, diz o projeto que é escritor quem "seja autor de trabalho literário ou científico, mesmo inédito, que haja merecido prêmio ou menção honrosa em concurso promovido de forma pública". Milton Hatoum não concorda com a abrangência da lei. "Há escritores e escritores. Nem todos os autores de livros são escritores. Livros de auto-ajuda nada têm a ver com literatura". Irônico, Antonio Fernando Borges exemplifica: "Um estivador de cais e um halterofilista também vivem carregando seus 'pesos' e ninguém tentou rotulá-los e enfiá-los num mesmo saco".
Não é de hoje que se discute a literatura como profissão propriamente dita, que se converteria em fonte de renda e uma aposentadoria futura. O mito da inspiração, da genialidade que brota intuitivamente, já entrou em decadência há bastante tempo. "Tenho certeza de que, para escrever num nível estético elevado, a menos que você seja o Rimbaud, é preciso mourejar mesmo, trabalhar feito um louco", declara Rodrigues. Pois os três autores não se deixam levar pelo romantismo: defendem e ressaltam, sim, o trabalho necessário para criar um texto literário de qualidade; apenas discordam que ele precise ser registrado, tanto que todos têm ou tiveram trabalhos paralelos à escrita – Antonio tem dado cursos, Sérgio é jornalista e Milton foi professor universitário até não muito tempo atrás –, e todos buscam maneiras alternativas de viver da literatura (através de palestras, participando de debates etc). "Não me sinto um profissional da literatura", diz Hatoum, "mesmo porque uma pessoa pode publicar apenas um livro e ser, de fato, um grande escritor. Só me dediquei inteiramente à literatura aos 48 anos de idade". Para Sérgio, "alguns dos maiores entre nós são – e fazem questão de continuar sendo – amadores radicais".
O projeto de lei prevê diversos deveres e direitos dos escritores, a maior parte deles básicos e óbvios, como o direito de proibir a republicação de textos ou "impedir a distribuição ou comercialização da sua obra" devido a "incidentes que lhe (...) prejudiquem o renome ou direito moral". Há, entretanto, um artigo inusitado, que prevê a isenção de qualquer tributação a prêmios literários (e eles pagam cada vez melhor, vide o Portugal Telecom e o recente Prêmio São Paulo). O autor de As sementes de Flowerville e do blog Todoprosa vê nisso uma vantagem, "mas uma vantagem descabida, um privilégio injustificável". Borges diz que o "controle social anda de mãos dadas, no Estado moderno, com a arrecadação progressiva e sufocante de impostos".
Ainda quanto à essência governamental que possa existir no projeto, Rodrigues enxerga nele a "sanha reguladora e cartorial que é um traço marcante da cultura brasileira", enquanto Borges reclama que "sob a capa do benefício social, o Estado vai cerceando as liberdades individuais". Hatoum encerra a discussão: "não gosto de nenhum tipo de tutela".